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Óleo de cozinha descartado vira alvo de quadrilhas em Curitiba; prejuízo vai além do produto

21 de ago. de 2025google
Óleo de cozinha usado como alvo de crimes em Curitiba

Óleo de cozinha descartado vira alvo de quadrilhas em Curitiba; prejuízo vai além do produto

Em Curitiba, donas e donos de bares, restaurantes e lanchonetes passaram a enfrentar um novo tipo de crime: o roubo de óleo de cozinha já descartado. A informação consta em relatos recebidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrabar), segundo os quais grupos organizados entram em estabelecimentos durante o dia e à noite em busca do resíduo.

O que motiva os assaltantes: segundo o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, o óleo tem valor elevado no mercado paralelo. A matéria consultada indica que um tambor de 60 litros pode render entre R$ 300 e R$ 450, porque o produto é reaproveitado como matéria‑prima em segmentos como o de biocombustíveis e de detergentes — e, segundo a própria Abrabar, também há circulação irregular com revenda para fins alimentares após processos de filtragem.

O caráter lucrativo do resíduo explica a atenção das quadrilhas, mas as consequências para quem gera o óleo ultrapassam a perda do produto. A Abrabar alerta que, durante essas ações, criminosos costumam levar outros itens do estabelecimento, o que amplia o prejuízo operacional e eleva o risco para os empresários do setor.

Um episódio recente citado pela associação envolveu uma tentativa de arrombamento a um ponto da rede Habib's no bairro Rebouças, em que os suspeitos chegaram a forçar a entrada no espaço destinado ao depósito de lixo. A Polícia Militar foi acionada, mas os suspeitos fugiram antes da chegada da equipe, conforme o relato presente na matéria.

Riscos à saúde pública e responsabilidade do gerador: a própria Abrabar menciona a revenda do óleo para uso alimentar após filtragem, prática que configura irregularidade e oferece risco à saúde. Ainda que as reportagens sobre os roubos não relatem casos concretos de consumidores adoecendo por conta desse óleo reprocessado, outra reportagem consultada mostra que a Vigilância Sanitária atua com rigor quando há irregularidades que colocam em risco a saúde — no exemplo citado, um restaurante foi interditado após fiscalização encontrar alimentos impróprios para consumo. Esse contexto evidencia que práticas ilegais envolvendo insumos e resíduos alimentares podem gerar consequências sanitárias e administrativas para estabelecimentos.

Impactos operacionais: além do valor comercial do óleo citado pela Abrabar, os relatos destacam custos indiretos que afetam bares e lanchonetes: necessidade de reposição de itens roubados, perdas por interrupções nas operações, e gasto com registro de ocorrências e tempo despendido em procedimentos burocráticos. O episódio no Habib's também demonstra que locais de descarte e depósito de resíduos são pontos vulneráveis explorados pelas quadrilhas.

Lacuna nas soluções detalhadas: as matérias consultadas descrevem a motivação, o modus operandi e exemplos de tentativa de furto, mas não trazem um conjunto consolidado de medidas preventivas adotadas ou recomendadas formalmente a pequenos estabelecimentos. Cabe à Abrabar e às autoridades de segurança e saúde pública detalhar protocolos e parcerias que reduzam o risco — informação que, até o momento das matérias, não estava especificada nas reportagens analisadas.

O que se pode deduzir a partir dos relatos: a partir do padrão de atuação descrito (busca por depósitos de lixo e tambores), é possível inferir que ações voltadas à proteção das áreas de descarte e ao controle do destino do óleo teriam impacto direto sobre a exposição ao crime. Do mesmo modo, o fato de o resíduo transitar para usos diversos (biocombustíveis, detergentes e revenda irregular) reforça a necessidade de rastrear e formalizar o fluxo do produto desde a geração até a destinação final, tema que surge como prioridade nas discussões do setor, segundo a Abrabar.

Conclusão: a transformação do óleo de cozinha usado em mercadoria no mercado paralelo cria um novo vetor de crime que onera pequenos estabelecimentos não só pelo furto do resíduo, mas pelos prejuízos colaterais. As reportagens consultadas deixam claro o problema e seus riscos — inclusive sanitários — e apontam a Abrabar como voz que documenta a onda de roubos. No entanto, há uma lacuna nas matérias quanto a estratégias formais e detalhadas de prevenção para bares e lanchonetes; a definição e divulgação de práticas seguras e de parcerias formais com recicladores e autoridades permanecem como próximos passos a serem tomados pelas entidades do setor e pelos órgãos responsáveis pela segurança e vigilância sanitária.