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Aeroportos regionais e R$ 2,8 bilhões da Cemig podem atrair empresas e mudar logística em Itajubá e Itabira

19 de ago. de 2025google
Aeroportos e investimentos em energia impulsionam comércio em Minas

Aeroportos regionais e R$ 2,8 bilhões da Cemig podem atrair empresas e mudar logística em Itajubá e Itabira

A combinação de projetos aeroportuários e investimentos em infraestrutura elétrica é apresentada por autoridades locais e pela própria companhia elétrica como um caminho para reduzir custos logísticos, aumentar a resiliência do fornecimento e tornar municípios mineiros mais atraentes a novos empreendimentos.

Em Brasília, o senador Rodrigo Pacheco levou ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a pauta da retomada das obras do aeroporto de Itajubá e da construção do aeroporto de Itabira. Segundo o prefeito de Itajubá, Rodrigo Riera, as obras em sua cidade estão paralisadas desde 2016, com cerca de R$ 60 milhões já aplicados até então. O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage, estima que a construção do aeroporto de Itabira envolveria R$ 20 milhões e que o prazo de execução seria de aproximadamente 24 meses — previsão que, conforme reportagem, poderia levar a uma inauguração ao fim de 2027 se os recursos forem liberados e o cronograma respeitado.

Do lado da energia, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informou ter aplicado R$ 2,8 bilhões em Minas Gerais no primeiro semestre de 2025. A empresa destacou que o segmento de distribuição concentrou R$ 2,2 bilhões desse total, com aplicações destinadas a aprimorar o fornecimento a cerca de 9,4 milhões de clientes nos 774 municípios atendidos, à redução de interrupções e ao aumento da capacidade de carga. No mesmo período, a Cemig construiu 2.642 quilômetros de linhas de baixa e média tensão e inaugurou nove subestações.

O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, afirmou que os investimentos em distribuição são essenciais para reduzir interrupções e para "tornar o estado mais atrativo para novos empreendimentos, gerando emprego e renda". A companhia projeta chegar a R$ 6,3 bilhões de investimentos até o fim de 2025, o que representaria o maior ciclo da sua história.

Além de recursos em distribuição, a Cemig reportou R$ 390 milhões aplicados no primeiro semestre em geração e transmissão, com R$ 173 milhões destinados a reforços na transmissão e R$ 20 milhões ao Projeto Verona (linha de transmissão 230 kV Governador Valadares 6 – Verona), cujo investimento total estimado está na ordem de R$ 200 milhões. A Gasmig, braço de gás do grupo, aplicou R$ 164 milhões na construção de 100 quilômetros do gasoduto do projeto Centro-Oeste.

As implicações práticas dessa conjunção entre transporte aéreo local e reforço na infraestrutura energética aparecem em dois pontos claros nas declarações das fontes: primeiro, aeroportos regionais ampliam a conectividade, reduzindo tempos e custos de mobilidade para pessoas e cargas; segundo, maior oferta e confiabilidade de energia permitem que indústrias e centros de distribuição instalem operações com menor risco de desabastecimento e com possibilidade de atender demandas de maior porte.

Autoridades consultadas nas matérias citadas sugerem que a combinação desses vetores pode diversificar a economia local e fortalecer o comércio regional, mas a materialização desses ganhos depende da execução dos projetos e do alinhamento temporal entre obras de transporte e ampliações da rede elétrica. No caso de Itajubá, não houve anúncio de cronograma de retomada das obras além da disponibilidade do ministro em "viabilizar as demandas". Para Itabira, a prefeitura aponta expectativa de que os recursos sejam incluídos no Orçamento da União no ano seguinte e projeta 24 meses de obras uma vez empenhado o financiamento.

Em suma, a retomada ou a implantação dos aeroportos de Itajubá e Itabira, aliados aos investimentos que a Cemig já vem fazendo — especialmente no segmento de distribuição — oferecem um cenário favorável para ganhos logísticos e maior atratividade a empresas. Resta, contudo, que prazos orçamentários e execução das obras caminhem de forma coordenada para que a infraestrutura aérea e energética, juntas, efetivamente reduzam custos, ampliem a capacidade produtiva local e dinamizem o comércio regional.

Fontes citadas: declarações e dados apresentados pela Cemig e por seu presidente Reynaldo Passanezi Filho; relato do senador Rodrigo Pacheco sobre reunião com o ministro Silvio Costa Filho e informações repassadas pelos prefeitos Rodrigo Riera (Itajubá) e Marco Antônio Lage (Itabira); reportagem que traz estimativa orçamentária e prazo de execução do aeroporto de Itabira.