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Feira da Franquia em BH reúne redes e investidores e mostra fôlego do franchising na capital

19 de ago. de 2025google
Feira da Franquia movimenta comércio em Belo Horizonte

Feira da Franquia em BH reúne redes e investidores e mostra fôlego do franchising na capital

Realizada entre os dias 15 e 17 de agosto no Piso Ouro Preto do BH Shopping, a segunda edição da Feira da Franquia chega a Belo Horizonte como termômetro e plataforma prática do boom do franchising em Minas Gerais. Organizada pela Negócio e Franquia, a iniciativa promete aproximar franqueadores, investidores e potenciais franqueados em um momento em que o setor registra expansão no estado e no país.

Segundo a organização, o evento reunirá cerca de 50 expositores e mais de 120 opções de negócios, com investimento inicial que varia de R$ 15,9 mil a R$ 4 milhões, e espera receber mais de 4,5 mil visitantes durante os três dias. Os ingressos têm preços a partir de R$ 35 e a programação incluirá palestras sobre gestão, inadimplência, capacitação de equipes e empreendedorismo, além de debates com foco no empreendedorismo feminino — conteúdos pensados para conectar quem tem marca e suporte a quem busca investir.

O mix de marcas confirmadas indica a diversidade de setores presentes no encontro: redes de alimentação e alimentação rápida, franquias de varejo, serviços e imobiliárias estarão no espaço. Entre os nomes citados pela organização estão Cacau Show, Spoleto, China in Box, Chiquinho Sorvetes, Multicoisas, Não+Pelo, Líder Aluguel de Motos, Embracon, Academia Gaviões, Remax e TransObra, o que realça o caráter multissetorial da feira.

Para o idealizador do evento, Arvid Auras, a Feira da Franquia atende a perfis variados: “Há empreendedores em transição de carreira, investidores que querem diversificar seus negócios e gestores interessados em ampliar ou profissionalizar suas operações. Todos encontram espaço e oportunidade aqui”, afirma, segundo a organização do evento.

O cenário econômico e imobiliário da capital, entretanto, apresenta desafios que se relacionam diretamente com a ocupação de pontos comerciais. Dados oficiais apontam para aumento do preço médio do aluguel residencial em Belo Horizonte — R$ 47,24 por m² em julho, com alta de 9,49% no ano — e bairros como Savassi, Santo Agostinho e Belvedere entre os mais caros. Esse ambiente de reajuste de custos locais constitui um pano de fundo relevante tanto para franqueadores quanto para investidores que avaliam modelos com operação em rua, shoppings ou quiosques.

Em âmbito setorial, o franchising no país e em Minas tem apresentado números que justificam o otimismo de expositores e investidores. Segundo dados citados pela organização do evento com base na Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor cresceu 13,8% no faturamento nacional em 2023, movimentando R$ 240,6 bilhões. Em Minas Gerais, o segmento registrou expansão de 12,7% em 2024 sobre 2023, alcançando R$ 23,6 bilhões, com mais de 17,8 mil unidades em operação e cerca de 149,4 mil empregos diretos no estado.

O próprio movimento de redes locais ilustra oportunidades concretas de ocupação de pontos e geração de empregos na capital. A rede Chiquinho Sorvetes, por exemplo, anunciou plano de abrir 30 novas unidades em Belo Horizonte, a ser apresentado na feira. Atualmente com 95 unidades em Minas e 17 na capital e região metropolitana, a rede informa que os modelos de operação (lojas de rua, shoppings, quiosques internos e externos) têm potencial para gerar de quatro a oito empregos diretos por operação. Em números simples, a expansão prevista pela Chiquinho poderia representar entre 120 e 240 empregos diretos apenas na capital, segundo a projeção da própria rede.

Os valores de investimento por unidade também variam conforme o formato escolhido: a rede cita investimentos iniciais de R$ 344 mil para quiosques e até R$ 450 mil para lojas tradicionais de rua, com faturamento médio informado de R$ 105 mil mensais e lucro líquido de até 20% quando a gestão segue as premissas da franqueadora. A definição do ponto comercial, acrescenta a franqueadora, é feita em parceria com o investidor, com uso de ferramentas geográficas para minimizar riscos e identificar locais com fluxo adequado.

Na prática, a Feira da Franquia funciona tanto como vitrine de modelos e números quanto como espaço de capacitação e contato direto entre quem detém know‑how e quem busca aplicá‑lo. A concentração de opções com diferentes faixas de investimento e a programação de conteúdo têm potencial para acelerar decisões de expansão de redes e a ocupação de pontos comerciais em Belo Horizonte, embora o contexto de custo imobiliário e a dinâmica do consumo na cidade exijam atenção dos investidores.

Ao reunir franqueadores consolidados, oportunidades de investimento variadas e debates sobre gestão e riscos, a feira se coloca como evento estratégico para quem vê no franchising alternativa de crescimento empresarial e dinamização do comércio local — tanto em shoppings quanto em lojas de rua e formatos compactos que vêm ganhando espaço no mercado.