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Queda de adolescente no Bumbódromo de Parintins acende alerta sobre segurança e põe em xeque confiança no festival

19 de ago. de 2025google
Segurança no Bumbódromo de Parintins sob escrutínio após queda de adolescente

Queda de adolescente no Bumbódromo de Parintins acende alerta sobre segurança e põe em xeque confiança no festival

Uma adolescente de 14 anos caiu na manhã de quarta-feira (14) em uma das escadas de acesso aos camarotes do Centro Cultural e Desportivo Bumbódromo, em Parintins. O caso — noticiado pelo site No Amazonas é Assim — deixou a jovem em estado grave, com traumatismo cranioencefálico, fraturas faciais e necessidade de intubação no Hospital Jofre Cohen, e motivou investigação sobre as circunstâncias da queda.

O episódio levou a um foco renovado sobre a infraestrutura e a manutenção do Bumbódromo. O equipamento, que fora do período do Festival Folclórico funciona como Liceu de Artes e Ofícios Cláudio Santoro, é ponto central para a realização do Festival de Parintins e para a vida cultural da cidade. A ocorrência suscita perguntas diretas: as escadas e acessos aos camarotes tinham manutenção adequada? Houve sinalização, iluminação ou proteção insuficientes? Quem é responsável pela conservação e pela fiscalização dessas áreas fora e durante o evento?

Embora as autoridades locais ainda investiguem o que levou à queda, o acidente coloca em evidência um risco reputacional para a festa. O Festival de Parintins tem repercussão nacional — o próprio No Amazonas é Assim registrou a confirmação de transmissão ao vivo do Carnaboi pela TV Globo — e qualquer incidente de segurança pode afetar a confiança do público, especialmente de visitantes que chegam de outras regiões do país.

As preocupações com segurança também reverberam no campo econômico local. A reativação do Amazonas Convention & Visitors Bureau, reportada pelo site MSKTV, tem como objetivo atrair eventos e ampliar o turismo no estado: segundo Orsine Junior, presidente da entidade, o turismo de eventos movimenta cadeias inteiras de serviços e pode multiplicar retornos econômicos. Nesse contexto, a imagem do Bumbódromo e a sensação de segurança dos frequentadores são vetores diretos da capacidade do município de atrair público e negócios.

Para além da percepção, há implicações práticas que organizações e comerciantes locais terão de considerar caso a preocupação com segurança cresça: redução potencial do fluxo de visitantes, queda nas vendas de barraqueiros e fornecedores que dependem do Festival, e necessidade de investimentos em obras, sinalização, fiscalização e na adoção de protocolos de segurança mais rigorosos. Esses ajustes podem onerar tanto o orçamento público quanto o dos privados envolvidos na cadeia do evento — um ponto que vem ganhando destaque na discussão sobre modernização do equipamento.

Há sinais de que medidas preventivas e de fiscalização já fazem parte da agenda de organizadores e órgãos públicos. O Instituto de Pesos e Medidas do Amazonas (Ipem-AM) informou, em balanço de operações recentes reproduzido pelo site O Chefão da Notícia, que verificou etilômetros que serão utilizados pelo Detran no Festival de Parintins 2025, o que indica ações de controle relacionadas à segurança viária durante as festividades. Entretanto, a checagem de equipamentos de fiscalização não substitui intervenções de engenharia, manutenção estrutural e protocolos de emergência nos próprios espaços do festival.

Moradores, comerciantes e representantes culturais enfrentam agora um dilema: exigir e financiar melhorias, enquanto mantêm a atividade econômica que o festival gera. A combinação entre a exposição nacional do evento e o papel do Bumbódromo como equipamento cultural reforça a urgência de respostas técnicas e administrativas. A administração do espaço e os órgãos responsáveis precisam esclarecer prazos, responsabilidades e investimentos para que a comunidade e os visitantes recuperem segurança e confiança.

Até o momento, não há registro público, nas matérias consultadas, de cancelamentos de eventos ou de medidas emergenciais explícitas anunciadas pela gestão do Bumbódromo em resposta ao acidente. A investigação em curso deverá apontar causas e, possivelmente, responsabilidades; as consequências sobre o fluxo de público e o faturamento de comerciantes só serão mensuráveis nas semanas que antecedem e durante a próxima edição do festival.

O acidente expõe, por fim, uma tensão recorrente em eventos de grande visibilidade: conciliar tradição, fluxo intenso de público e infraestrutura segura exige planejamento contínuo, investimentos e fiscalização. Para Parintins, onde o festival é motor importante da economia local e alvo de projetos de modernização, a queda da adolescente é um alerta para que segurança e manutenção deixem de ser tratadas como pautas secundárias.