Loqal

Riscos que abalam lojas de roupas: arrombamentos, incêndios, incidentes em provadores e fraudes atingem comerciantes

21 de ago. de 2025google
Riscos e segurança no varejo de roupas

Riscos que abalam lojas de roupas: arrombamentos, incêndios, incidentes em provadores e fraudes atingem comerciantes

Uma sequência de ocorrências em diferentes regiões do país revela como o varejo de roupas tem sido alvo de ameaças variadas — do crime contra o patrimônio às falhas de segurança que resultam em incêndios, passando por acidentes dentro das lojas e fraudes financeiras que abalam redes tradicionais. Reportagens locais apontam prejuízos imediatos, mudanças na rotina dos comerciantes e questionamentos sobre prevenção e controles.

Onda de arrombamentos no centro de Curitiba

No centro de Curitiba, a Rua XV de Novembro, descrita como o "coração do comércio" da cidade, enfrentou uma onda de arrombamentos que atingiu pelo menos sete estabelecimentos em nove ocorrências nas últimas semanas, segundo registro de comerciantes. Lojas de roupas e calçados estão entre os alvos prioritários, mas bancas e floriculturas também foram invadidas. Empreendedores relatam prejuízos que variam de cerca de R$ 4 mil a R$ 5 mil, equivalentes a semanas de faturamento, além de danos a portas e grades.

Na tentativa de se proteger, comerciantes têm investido em troca de portas, instalação de novos sistemas de alarme e ampliação do monitoramento por câmeras, conforme relatos locais. Há divergência sobre as causas: alguns comerciantes atribuem a recorrência ao aumento de pessoas em situação de rua, enquanto outros, a partir de imagens, suspeitam da ação organizada de quadrilhas. Essas versões contrastantes foram registradas pelas próprias vítimas ouvidas pela reportagem local.

Incêndios que destroem lojas em Parauapebas e expõem lacunas

Em Parauapebas, no Pará, um incêndio de grandes proporções consumiu pelo menos três estabelecimentos comerciais na área central, incluindo lojas de confecções e roupas, deixando os imóveis em escombros. Equipes do Corpo de Bombeiros, com apoio da Defesa Civil, da Polícia Militar, do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT), da Guarda Municipal e de equipes do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saaep) atuaram no combate às chamas.

Até o registro da cobertura, não havia confirmação oficial da causa. Testemunhas relataram a suspeita de curto-circuito, e a perícia foi indicada como necessária para esclarecer as circunstâncias. O episódio foi também o segundo grande incêndio em uma semana na cidade, o que, segundo a reportagem local, reforça a necessidade de atenção redobrada à segurança elétrica e a medidas preventivas contra incêndios no comércio.

Acidente em provador de shopping: responsabilidades e reação imediata

Um caso em Brasília chamou atenção para riscos dentro da loja: uma jovem de 20 anos foi picada por um escorpião enquanto experimentava roupas em um provador do ParkShopping Brasília. A brigada do shopping atendeu a ocorrência e a vítima foi encaminhada de ambulância ao hospital, onde recebeu medicação e foi internada para observação.

O shopping divulgou nota afirmando que a segurança e o bem-estar de clientes e colaboradores é prioridade e que a brigada atendeu a cliente. A loja em que ocorreu o incidente, segundo a reportagem disponível, não havia se manifestado até o fechamento do texto, e a vítima e a mãe declararam a intenção de buscar ação judicial. O episódio põe em evidência responsabilidades compartilhadas entre lojistas e administradores de centros comerciais quanto à manutenção dos ambientes de prova e controle de pragas ou intrusos.

Fraude que envolve rede centenária e o alerta para controles internos

Na esfera financeira, a operação policial que mirou os donos da Camisaria Colombo, rede fundada em 1917, levantou outra ameaça ao setor: uma investigação da Polícia Civil de São Paulo, citada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), apontou suspeitas de fraude milionária no sistema bancário, criação de créditos inexistentes e ocultação de patrimônio. A Operação Fractal, iniciada em dezembro após denúncia de uma instituição financeira, cumpre mandados de prisão temporária e busca e apreensão.

Segundo a SSP, parte expressiva dos recursos circulava entre contas de diversas pessoas e teria sido centralizada em uma única empresa; o esquema teria sido utilizado, segundo a investigação, para ocultar patrimônio em meio a um processo de recuperação judicial, com prejuízos a credores e ao sistema financeiro. O caso destaca riscos reputacionais e financeiros a empresas do vestuário e a necessidade explícita, nas investigações, de mecanismos de compliance e controle interno mais robustos para prevenir fraudes complexas.

Impactos práticos e desafios comuns

Reunindo os relatos, fica claro que as ameaças ao varejo de roupas se manifestam em frentes distintas, cada uma exigindo respostas específicas: forças de proteção física e tecnologia para reduzir arrombamentos; investimento em prevenção e manutenção elétrica para minimizar incêndios; protocolos e manutenção ambiental (incluindo controle de pragas) para evitar incidentes em provadores; e estruturas de governança e conformidade para detectar e impedir fraudes financeiras. As reações observadas — troca de portas, instalação de alarmes e câmeras, atendimento emergencial por brigadas e abertura de investigações policiais — mostram tanto a vulnerabilidade do setor quanto os custos que os lojistas já têm assumido na tentativa de mitigar riscos.

As ocorrências recentes em Curitiba, Parauapebas, Brasília e São Paulo, relatadas pelas equipes locais e por autoridades citadas nas respectivas coberturas, reforçam a necessidade de uma abordagem integrada de segurança no varejo, que combine medidas físicas, preventivas e de governança para reduzir perdas e proteger clientes, colaboradores e credores.