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Operação integrada no Oeste da Bahia: táticas, prisões e lacunas nas ações da 24ª Coorpin e Rondesp

19 de ago. de 2025google
Operação integrada no Oeste da Bahia: táticas, resultados e lacunas

Operação integrada no Oeste da Bahia: táticas, prisões e lacunas nas ações da 24ª Coorpin e Rondesp

Ação em quatro municípios resultou em seis prisões, buscas e retirada de pichações; investigações seguem com oitivas e diligências

Uma operação policial coordenada no Oeste da Bahia, liderada pela 24ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (24ª Coorpin) com participação de equipes de patrulhamento da Rondesp, combinou cumprimento de mandados, abordagens em pontos de venda de drogas e ações simbólicas de enfraquecimento territorial, segundo as informações divulgadas pelas corporações.

Segundo a Polícia Civil, a operação deflagrada na quinta-feira, 14 de agosto, teve atuação em quatro municípios — Bom Jesus da Lapa, Buritirama, Paratinga e Sítio do Mato — e resultou no cumprimento de seis mandados de prisão e três ordens de busca e apreensão. A coordenação da ação foi atribuída pela própria Polícia Civil à 24ª Coorpin com sede em Bom Jesus da Lapa, que também informou que as investigações continuam com novas oitivas e diligências em andamento (conforme a Polícia Civil, via reportagem local).

Na mesma data, a Rondesp-MO realizava patrulhamento em pontos apontados como vendas de entorpecentes em Bom Jesus da Lapa quando abordou um homem identificado pelas iniciais J.S.S.B. durante patrulha na Rua do Cais. Na revista foram apreendidas substâncias já fracionadas para comércio — 115 pedras de crack, 16 porções de cocaína, uma porção de maconha — e R$ 40,85 em dinheiro. O suspeito e o material foram encaminhados à Delegacia Territorial de Bom Jesus da Lapa, onde foi lavrado boletim de ocorrência (conforme relatório da Rondesp e registro na Delegacia Territorial, reportado pela imprensa local).

Antes dessas ações, na terça-feira, 12 de agosto, a Polícia Militar informou ter entrado em confronto com suspeitos que invadiram uma escola em Bom Jesus da Lapa; um dos homens morreu após troca de tiros e, segundo a PM, foram apreendidas uma arma e porção de drogas — incidente noticiado com referência à apuração do G1 Bahia. Esse confronto, embora anterior, integra o contexto de operações policiais intensificadas na cidade nos dias seguintes.

As táticas empregadas pela operação podem ser agrupadas em três frentes explícitas nas informações disponíveis: ações reativas de patrulhamento e abordagem em locais conhecidos por comercialização de drogas (Rondesp), cumprimento de mandados judiciais e buscas coordenadas pela Polícia Civil (24ª Coorpin) e intervenções simbólicas no espaço urbano, como a remoção de pichações com mensagens ligadas a grupos criminosos, apontada pela Polícia Civil como medida para enfraquecer a presença simbólica de facções em Bom Jesus da Lapa.

Nos resultados imediatos, as fontes apontam a apreensão de entorpecentes em abordagens de rua, a apreensão de arma e drogas no confronto relatado pela PM e a execução de seis prisões e três buscas, conforme a Polícia Civil. Um dos detidos abordados pela Rondesp foi levado à Delegacia Territorial, apontando o encaminhamento inicial para atos de polícia judiciária.

Entretanto, as informações públicas reunidas nas reportagens deixam lacunas importantes para avaliar a efetividade da operação em médio e longo prazo. Não há, nas comunicações citadas, dados que permitam mensurar redução de homicídios ou de outros crimes graves após as ações; também não existem, até o momento das reportagens, números sobre apreensão de armas em maior escala, desarticulação comprovada de organizações criminosas ou sobre processos judiciais que demonstrem condenações ou medidas cautelares consequentes às prisões.

Outro ponto pouco detalhado nas fontes é o uso e a integração de inteligência policial: as matérias informam cumprimento de mandados e patrulhamento reativo, mas não descrevem a origem das informações que permitiram as prisões, nem indicam se houve cooperação entre diferentes bases de dados ou compartilhamento estruturado entre Polícia Civil e Polícia Militar além da execução conjunta das ações. Também faltam informações sobre recursos logísticos e humanos destinados à manutenção das investigações e à prevenção comunitária nas áreas afetadas.

A remoção de pichações foi destacada pela Polícia Civil como uma estratégia para enfraquecer simbolicamente facções na cidade, mas não há levantamento público apontando o impacto dessa ação junto à comunidade ou se medidas complementares de prevenção social foram implementadas em paralelo.

O que as fontes confirmam é a continuidade das investigações: a Polícia Civil informou que novas oitivas e diligências seguem em curso para aprofundar os casos e buscar identificar outros envolvidos. O deslocamento das ocorrências para a Delegacia Territorial — registrado na prisão efetuada pela Rondesp — indica o início da instrução policial, mas as matérias consultadas não detalham prazos, encaminhamentos ao Ministério Público ou medidas cautelares adotadas pela Justiça até o momento.

Em síntese, a operação integrada conduzida pela 24ª Coorpin com participação de equipes da Rondesp combinou mandados, abordagens e ações simbólicas em quatro municípios do Oeste baiano, resultando em prisões, apreensões pontuais e remoção de pichações. As investigações continuam, mas as informações públicas disponíveis não permitem, por ora, mensurar se essas ações terão efeito duradouro na redução de homicídios e na desarticulação de redes criminosas, nem esclarecem plenamente eventuais limitações de inteligência ou de recursos que possam comprometer resultados futuros.