Loqal

Feiras em Feira de Santana impulsionam microempreendedores e economia criativa local

19 de ago. de 2025google
Feiras alavancam microempreendedores em Feira de Santana

Feiras em Feira de Santana impulsionam microempreendedores e economia criativa local

Feiras setoriais e eventos em Feira de Santana têm se mostrado mais do que vitrines de produtos: viram motores de negócios imediatos, plataformas de capacitação técnica e instrumentos de inclusão produtiva para microempreendedores. A 3ª edição da Feira de Santana Beauty, realizada no Centro de Convenções da cidade, é um exemplo recente dessa dinâmica, reunindo expositores de outros estados, oferecendo atividades técnicas e contando com apoio institucional para ampliar impacto econômico e social.

Segundo a organização e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), a Feira de Santana Beauty trouxe mais de 35 expositores de nove estados e uma programação com mais de 30 atividades técnicas — workshops, palestras e demonstrações — que vão de novas técnicas de beleza a gestão de salões. A expectativa de público informada pelos organizadores é superior a 5 mil visitantes ao longo dos três dias, e há a intenção de superar os R$ 5 milhões em negócios movimentados na edição anterior, indicação de que o evento combina vendas imediatas com geração de oportunidades comerciais de médio prazo.

Para profissionais do segmento de beleza — cabeleireiros, manicures, maquiadores, podólogos e esteticistas — a feira representa tanto espaço de comércio quanto de atualização técnica: além dos stands com descontos de até 70%, os participantes tiveram acesso a especialistas nacionais em temas que vão desde aperfeiçoamento técnico até gestão empresarial. A presença de conteúdo formativo no mesmo ambiente em que ocorrem as transações comerciais facilita a conversão de aprendizado em prática e negócio, potencializando a performance de microempreendedores que, muitas vezes, atuam de forma autônoma ou em pequenos salões.

A articulação entre poder público, entidades e organizadores aparece de formas complementares. A própria realização do evento contou com apoio do Banco do Nordeste, da Prefeitura Municipal e do Governo da Bahia, segundo a organização Dreams Eventos e informações oficiais divulgadas pelos promotores. A SDE, por sua vez, ressaltou o papel da feira como espaço que movimenta renda e estimula empreendedorismo no segmento de beleza, conforme declaração do secretário Angelo Almeida presente na cobertura do evento.

Em paralelo, iniciativas da administração municipal voltadas à capacitação de comerciantes ilustram outro caminho de atuação pública: a Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde promoveu encontro com mercadinhos e açougues para orientações sobre boas práticas de higiene e manipulação de alimentos, tratando a capacitação como forma de prevenção e valorização econômica desses pequenos negócios. Esse tipo de ação — voltada ao reforço de normas técnicas e à melhoria da regularização — complementa o papel das feiras ao criar um ambiente institucional mais favorável ao crescimento de microempreendimentos.

O efeito multiplicador desses eventos se estende além do estande e do público visitante. Relatórios setoriais citados em levantamentos sobre o mercado de eventos mostram que feiras e encontros de negócios movimentam amplas cadeias — hospedagem, alimentação, transporte e logística — e contribuem para a geração de empregos em várias etapas do processo produtivo. A Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape) estima um forte aquecimento do setor, cenário que reforça a importância de feiras como ferramentas de desenvolvimento territorial e de economia criativa local.

Além do aspecto estritamente econômico, a Feira de Santana Beauty adotou mecanismos de vínculo social: a entrada foi condicionada à doação de 1 kg de alimento não perecível, e a organização estimou arrecadar mais de quatro toneladas para destinar ao Programa SESC Mesa Brasil. A iniciativa mostra como eventos podem criar conexões entre atividade econômica e ações solidárias, integrando produtores e serviços a uma lógica de responsabilidade social que amplia o alcance das feiras no tecido urbano.

Na prática, microempreendedores relatam ganhos imediatos — vendas nos stands e pedidos que se concretizam após contatos feitos durante a feira — e ganhos de médio prazo, com parcerias, fornecimentos e capacitações que refinam a oferta local. A soma desses efeitos torna as feiras um instrumento valioso para quem opera na economia criativa: geram receita direta, qualificam mão de obra e ampliam redes de contato, fortalecendo a capacidade de micro e pequenos negócios se manterem e crescerem em Feira de Santana.

O conjunto de experiências observadas na cidade aponta para um modelo de evento que equilibra comercialização, formação e articulação institucional. Movimentos futuros que ampliem a coordenação entre organizadores, secretarias municipais e instituições de apoio técnico e financeiro tendem a potencializar ainda mais a capacidade das feiras como alavanca de inclusão produtiva e desenvolvimento local.