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Show Florestal e Congresso em Três Lagoas impulsionam consumo imediato e abrem janelas de negócios para o comércio local

19 de ago. de 2025google
Impacto do Show Florestal e Congresso Florestal em Três Lagoas

Show Florestal e Congresso em Três Lagoas impulsionam consumo imediato e abrem janelas de negócios para o comércio local

Eventos reúnem grandes do setor, patrocinadores e autoridades; hotéis, alimentação e fornecedores regionais devem sentir aumento de demanda, enquanto programas e parcerias podem deixar legados estruturais

O 7º Congresso Florestal de Mato Grosso do Sul, realizado em 18 de agosto no Espaço SESI — Auditório José Paulo Rímoli, em Três Lagoas, e a sequência de atividades do Show Florestal (19 a 21) colocaram a cidade no centro de debates sobre inovação, ecoeficiência e mercado de carbono e atraíram autoridades, executivos e expositores de grande porte. A presença confirmada do governador Eduardo Riedel e de dirigentes de empresas como Suzano, Eldorado Brasil, Arauco e Bracell, segundo a programação do Congresso, cria um fluxo de visitantes e um ambiente de articulação que têm consequências comerciais imediatas e potenciais efeitos duradouros para fornecedores locais.

No curto prazo, a dinâmica é clara no roteiro dos organizadores: a concentração de painéis, estandes e sessões técnicas aponta para aumento direto da demanda por hospedagem, alimentação coletiva, restaurantes e transporte urbano e intermunicipal. A lógica do evento está evidenciada pela proposta de realização de painéis com executivos e pela lista extensa de patrocinadores e expositores do Evolution e do Show Florestal, que inclui Eldorado Brasil, Sistema FIEMS (Sesi/Senai), Suzano, Arauco, Casf, Delta Aplicação Aérea, Eco Brasil Bioenergia, Syngenta, Bayer, Ponsse, entre outros. A presença desses atores costuma exigir serviços de montagem, logística, segurança e catering, abrindo espaço para fornecedores locais participarem da cadeia de suprimentos do evento.

Organizadores e apoiadores regionais também levaram atenção para o entorno comercial: o Shopping Três Lagoas aparece como parceiro regional da programação, e entidades como Reflore/MS e Sebrae participaram como apoiadores do Congresso, o que conecta o evento às rotinas de mercado da cidade. A articulação entre Grupo Malinovski (promotor), Embrapa e o Ministério da Agricultura e Pecuária, citada na organização do Evolution, reforça que o encontro não é apenas uma feira, mas um palco institucional onde se desenham agendas técnicas e comerciais que podem estender seus efeitos além dos três dias de exposição.

Além do impulso imediato, há possibilidades concretas de legado para o comércio e fornecedores locais. Dois elementos presentes nas matérias coletadas ajudam a explicar esse potencial. Primeiro, a aproximação entre o setor público e privado observada no evento — com patrocínios master de grandes empresas e apoio de secretarias estaduais — favorece a construção de parcerias que podem evoluir para contratos de fornecimento ou de serviços continuados, especialmente em áreas como logística, manutenção industrial e serviços de alimentação para plantas e empresas florestais. Segundo, iniciativas regulatórias e programas estaduais, como a Portaria 3.760 da Iagro que institui o Programa de Apoio à Comercialização de Produtos de Origem Animal (PACPOA-MS), ampliam as possibilidades de mercado para produtores e agroindústrias locais: com requisitos claros para que produtos registrados no Serviço de Inspeção Municipal circulem em todo o Estado, pequenos fornecedores de alimentos ou empresas de alimentação coletiva de Três Lagoas poderão concorrer a contratos maiores, inclusive para atender eventos, empresas e cadeias regionais.

Outro projeto municipal com potencial de legado foi trazido à tona ao mesmo tempo: a reforma e mudança do Shopping Popular, prevista para dezembro e com estrutura para cerca de 169 boxes e estacionamento, foi apresentada como um equipamento que pode concentrar fluxo de pessoas e oferecer novos pontos de venda e serviços. A proposta de abrigar serviços públicos como Poupatempo e Detran no novo espaço, se confirmada, tenderia a ampliar o movimento diário e a criar demanda permanente para alimentação, comércio de varejo e serviços locais, convertendo parte do efeito de eventos esporádicos em tráfego comercial constante.

Os painéis do Congresso também abordaram desafios urbanos: uma mesa foi dedicada às políticas públicas e aos problemas enfrentados por cidades-sede de grandes empreendimentos florestais, com participação de prefeitos da região. Essa agenda pública confirma que a expansão do setor traz tanto oportunidades quanto pressões sobre infraestrutura municipal — cujo reflexo imediato é percebido em necessidades de estacionamento, circulação e logística urbana quando grandes feiras e congressos ocorrem em Três Lagoas.

Riscos e limites aparecem com a mesma força: a capacidade de acomodar visitantes (hotéis), atender alimentação em larga escala, gerir trânsito e oferecer mão de obra qualificada foram pontos citados implicitamente nas discussões sobre os desafios das cidades anfitriãs. Em paralelo, dados do mercado de trabalho estadual mostram que Três Lagoas registra vagas e oferta de mão de obra — o boletim da Fundação do Trabalho (Funtrab) indica 216 oportunidades no município em levantamento recente — o que sugere disponibilidade de trabalhadores, embora a qualificação específica para atendimento a público especializado e exigências de grandes contratantes ainda seja um entrave a ser enfrentado por empresários e entidades de apoio como o Sebrae.

Em resumo, o Congresso Florestal MS e o Show Florestal funcionam, na prática e na expectativa dos organizadores, como catalisadores de demanda imediata para hotéis, restaurantes, transporte e serviços de montagem e logística, ao mesmo tempo em que ativam redes públicas e privadas — empresas patrocinadoras, Sebrae, Reflore/MS, Embrapa e secretarias estaduais — capazes de gerar contratos, programas e normativas (como o PACPOA-MS) que, se operacionalizados, podem deixar um legado duradouro para o comércio e os fornecedores de Três Lagoas.

O desfecho concreto desses potenciais — contratos efetivados pelas grandes indústrias, inclusão de fornecedores locais em cadeias de montagem, ou a consolidação de pontos de atendimento permanente no novo Shopping Popular — dependerá das articulações pós-evento entre empresas, poder público e entidades de apoio, além de investimentos em infraestrutura e qualificação apontados pelas próprias mesas de debate do Congresso.