Novo Shopping Popular de Três Lagoas aposta em serviços públicos e apoio ao empreendedor para revitalizar comércio
O projeto de mudança do Shopping Popular de Três Lagoas para uma nova estrutura ao lado da Feira Central reúne, segundo a Associação do Shopping Popular e a Prefeitura municipal, uma proposta de reordenamento urbano com objetivo direto: reverter a queda de fluxo no endereço atual e oferecer condições para a formalização e fortalecimento dos pequenos comerciantes.
A obra, que ocupará quase 5 mil metros quadrados em dois blocos interligados em formato de "L", terá 169 boxes e estacionamento, áreas de circulação e calçadas. O investimento total informado na reunião entre a Prefeitura e a Associação ultrapassa R$ 15 milhões. Para a primeira etapa, os recursos são da Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) no valor de R$ 10.083.360,64; a segunda etapa conta com repasses da Caixa Econômica Federal de R$ 5.264.846,74 e contrapartida municipal de R$ 255.846,03, conforme apresentado pela administração municipal.
Na avaliação da presidente da Associação do Shopping Popular, Alessandra Madia, a mudança para o novo endereço — inicialmente prevista para ser entregue em 15 de dezembro — tende a transformar o equipamento em ponto de maior fluxo, sobretudo se houver integração com a próxima etapa de ocupação e com a Feira Central. A associação informou que a ocupação inicial deverá abranger cerca de 100 lojistas, o que deixaria espaços livres para novos comerciantes.
Um dos pilares da estratégia anunciada pelo prefeito Cassiano Maia é a atração de serviços públicos ao interior do empreendimento. Foi proposta a instalação de um posto de atendimento da Rede Fácil (Poupatempo) e de atendimento do Detran, além de uma sala dedicada ao empreendedor com suporte do Sebrae. A ideia, conforme apresentada em reunião com a Associação, é que a presença desses serviços aumente o fluxo de pessoas e facilite a regularização e o fortalecimento de microempreendedores que hoje atuam de forma informal.
Esse ponto tornou-se objeto de discussão entre os lojistas: a área inicialmente prevista para alimentação — uma lanchonete — pode, dependendo do resultado da assembleia da categoria, ser convertida para abrigar atendimentos públicos. A decisão final será tomada em assembleia convocada para os próximos 30 a 40 dias, segundo relato da associação, o que indica que a ocupação e a mudança efetiva dos comerciantes poderão ocorrer apenas após o período natalino, mesmo com a entrega física da obra programada para dezembro.
Do ponto de vista urbanístico e social, o projeto traz três vetores explícitos: concentrar oferta de comércio popular em local com maior circulação (ao lado da Feira Central), criar sinergias entre comércio formal e serviços públicos para atrair público ao longo do dia, e ampliar oportunidades de inclusão econômica para pequenos comerciantes pela abertura de boxes vagos. Esses objetivos foram colocados pela associação e pela Prefeitura como respostas à atual perda de visitantes no local onde o Shopping Popular funciona hoje, em frente à Lagoa Maior.
Os efeitos práticos sobre a renda dos lojistas dependem de decisões ainda em aberto. A ocupação inicial reduzida (cerca de 100 de 169 boxes) é apresentada como uma vantagem para permitir a entrada de novos comerciantes, mas também adia a perspectiva de um mercado plenamente aquecido desde a inauguração. A proposta de abrigar Poupatempo, Detran e uma sala do Sebrae é colocada pelos dirigentes como mecanismo para acelerar a geração de fluxo e apoiar a formalização; resta aos comerciantes decidir, em assembleia, se aceitam que áreas originalmente pensadas para alimentação sejam destinadas a esses serviços.
Em síntese, o novo Shopping Popular reúne financiamento público estadual, federal e municipal, e aposta na integração com a Feira Central e na atração de serviços públicos e de apoio ao empreendedor para recuperar movimento e promover inclusão econômica. A efetividade dessas medidas, no entanto, dependerá da decisão dos lojistas sobre ocupação e usos do espaço, do cronograma de mudança e de como se dará, na prática, a articulação com Poupatempo, Detran e Sebrae.
Fontes citadas na apuração: Associação do Shopping Popular de Três Lagoas (presidente Alessandra Madia), Prefeitura de Três Lagoas (prefeito Cassiano Maia), Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos (Agesul) e Caixa Econômica Federal; apoio técnico proposto pelo Sebrae; proposta de instalação de serviços da Rede Fácil (Poupatempo) e do Detran, conforme informado à Associação do Shopping Popular.