Técnico do Mirassol questiona acréscimos e marcações após empate com Cruzeiro
O empate por 1 a 1 entre Mirassol e Cruzeiro, no estádio Maião, virou também palco de questionamentos sobre gestão de tempo e coerência da arbitragem. Na entrevista coletiva após a partida, o técnico do Mirassol, Rafael Guanaes, manifestou irritação com o que considerou pouco tempo de acréscimo e com decisões disciplinares que, segundo ele, prejudicaram o andamento do jogo.
Guanaes afirmou que não pretendia comentar a arbitragem, mas, provocado por jornalistas, declarou: “Não tem como dar cinco minutos e seis minutos em um jogo como esse. Como vai dar cartão para o Cássio com 40 minutos, não pode.” O técnico também reclamou de uma suposta incoerência nas marcações que, na sua visão, acabou atrapalhando a fluidez da partida e a possibilidade de o Mirassol buscar a vitória.
O treinador citou especificamente a demora na reposição de bola por parte de jogadores do time adversário como motivo da sua insatisfação. Segundo o relato do próprio Guanaes, três atletas do Cruzeiro receberam cartão amarelo por demora na reposição de bola. A situação irritou também jogadores do Mirassol: o lateral-esquerdo Reinaldo demonstrou incômodo com o tema durante o jogo.
Ao mesmo tempo, Guanaes ressaltou ter decidido poupar-se de comentários mais contundentes para evitar punições: “Mas eu vou obedecer o que pediram para mim... eu vou parar por aqui, pois fiquei muito irritado e não quero ficar tomando cartões por causa disso.” A frase reflete preocupação do técnico com a própria exposição disciplinar diante da arbitragem.
O árbitro da partida foi Bruno Arleu de Araújo, com o VAR sob responsabilidade de Carlos Eduardo Nunes Braga. As intervenções disciplinares registradas — especialmente os cartões por demora na reposição — são ponto central das queixas do Mirassol e alimentam dúvidas sobre como o tempo efetivamente perdido em ações de cera foi contabilizado pela equipe de arbitragem.
Da perspectiva do treinador, essas decisões influíram não apenas na cadência do duelo, mas também na percepção de justiça na aplicação das regras. Guanaes afirmou que situações como a que viu no jogo “atrapalham o bom andamento da partida” e podem gerar incoerência nos critérios adotados em campo.
O episódio traz à tona, mais uma vez, a tensão entre gestão do tempo, punição da cera e a interpretação do árbitro numa partida com acréscimos considerados curtos pelo técnico anfitrião. Embora não haja, nas declarações públicas do Mirassol, alegação de erro formal do VAR ou pedido de revisão de lances específicos, a combinação de cartões por demora, reclamações da comissão técnica e a avaliação do tempo de acréscimo tende a provocar debates entre torcedores, dirigentes e especialistas sobre a uniformidade de aplicação das regras em jogos do Campeonato Brasileiro.
Nas falas de Guanaes, portanto, estão reunidos elementos práticos (cartões aplicados por demora), queixas sobre a quantidade de acréscimos comunicada em campo e uma resistência em prolongar a discussão por receio de sanções disciplinares. O tema permanece em aberto e poderá ser acompanhado nas próximas partidas do Mirassol e em eventuais posicionamentos oficiais da arbitragem.