Festivais e rodeios viram estratégia para aumentar visibilidade e receita de restaurantes e lanchonetes
Festivais gastronômicos e grandes eventos de entretenimento voltados ao público regional são mais do que atrações culturais: viram plataforma comercial para restaurantes, bares, lanchonetes e food trucks que buscam ampliar visibilidade e faturamento. Duas iniciativas recentes — o 5º Festival Gastronômico promovido pela Associação Comercial e Industrial de Imperatriz (ACII) na Fecoimp e o 1º Penápolis Rodeio Show — ilustram caminhos e oportunidades para o setor local.
Em Imperatriz, a ACII vinculou o festival à programação da 23ª Feira do Comércio, Indústria e Serviços (Fecoimp 2025). Segundo a divulgação da organização, as inscrições foram abertas em 25 de julho e teriam prazo até o fim de agosto — o texto traz trechos citando tanto 31 quanto 29 de agosto como datas de encerramento das inscrições, informação que consta na própria publicação da ACII no Maranhão Hoje. Podem participar restaurantes, bares, lanchonetes, food trucks, quiosques e serviços de delivery formalizados e sediados em Imperatriz; cada estabelecimento pode concorrer com um prato, inscrito em uma das três categorias previstas pelo festival.
O formato do certame também privilegia a exposição pública: os vencedores serão escolhidos por votação popular online entre 1º e 18 de setembro, com a final e a premiação marcada para 20 de setembro, durante a Fecoimp. A organização informa que os três primeiros colocados de cada categoria receberão prêmios em dinheiro e troféus, enquanto a própria Fecoimp e os patrocinadores — citados como Credishop e Suzano — além do apoio da Fiema e do Sebrae-Maranhão, consolidam o evento como espaço de valorização da culinária regional e estímulo ao empreendedorismo local, segundo o Maranhão Hoje.
Em Penápolis, o 1º Penápolis Rodeio Show, com entrada gratuita entre 23 e 25 de outubro, traz atrações nacionais do sertanejo e, conforme a organização da Prefeitura com apoio da Câmara de Vereadores, espera atrair “centenas de visitantes”. O organizador e o próprio prefeito Caíque Rossi destacaram que a iniciativa busca, além do entretenimento, fortalecer o comércio local, citando explicitamente a movimentação prevista para lojas de roupas típicas, bares, restaurantes e lanchonetes, segundo o boletim do evento divulgado pelo Movimentocountry.
Esses dois modelos — festival gastronômico ligado a feira de negócios e evento musical com grande público — apontam para oportunidades distintas e complementares. O festival localizado em uma feira tende a oferecer exposição qualificada para quem quer promover um prato-identidade, com possibilidade de capitalizar votos online e prêmios; o rodeio com atrações populares amplia tráfego de público e consumo em larga escala, beneficiando negócios que atendem demanda imediata por refeições e bebidas.
Na prática, os estabelecimentos que participam ou se posicionam próximos a esses eventos lidam com dois vetores de ganho: visibilidade (por meio da própria disputa, da circulação de público e do trabalho de patrocinadores e apoiadores institucionais) e aumento direto de receita por conta do fluxo de visitantes. No caso do festival em Imperatriz, além da vitrine durante a feira, o apoio do Sebrae-Maranhão e da Fiema pode ser decisivo para formalização e capacitação dos participantes, abrindo espaço para que negócios de menor porte se apresentem em melhores condições ao público, conforme a divulgação do evento.
Outra tendência que emerge do mercado e que já se reflete em cardápios de restaurantes e lanchonetes que atendem eventos é a valorização de sabores regionais e de bebidas funcionais. Matérias do Correio Braziliense destacam uma diversidade de sucos com apelo imunizante e hidratante — exemplos citados incluem combinações como laranja com caju, limão com couve, abacaxi com hortelã e sucos que misturam frutas vermelhas — bebidas que têm ganhado espaço em menus justamente por oferecerem diferenciais em feiras e festas onde o público busca opções refrescantes e percebidas como mais saudáveis.
Além disso, mudanças regulatórias em discussão no plano federal podem alterar o ambiente econômico para esses negócios. Reportagens sobre um decreto do governo federal indicam a intenção de limitar as taxas cobradas por operadoras de vale-refeição e vale-alimentação para algo entre 3% e 4% e de disciplinar prazos de repasse aos estabelecimentos. Se confirmadas, essas medidas — noticiadas por veículos como Capitalist, O Trabalhador e Seu Crédito Digital — podem aliviar custos de transações feitas com benefícios responsáveis por parcela relevante das vendas em bares e restaurantes, especialmente para pequenos empreendimentos que operam em dias de maior movimento, como os gerados por eventos.
Também há relatos de que algumas operadoras já reduziram taxas de forma voluntária para pequenos estabelecimentos, movimento interpretado como antecipação às futuras regras. Para quem participa de festivais e eventos, margens melhores por transação e prazos de repasse mais previsíveis significam maior capacidade de investimento em insumos regionais, promoções e logística para atender picos de demanda.
Em síntese, a combinação entre a vitrine proporcionada por festivais gastronômicos, o efeito multiplicador de grandes eventos com grande público e o suporte institucional de parceiros como Sebrae-Maranhão e Fiema cria um ambiente propício para que restaurantes e lanchonetes ampliem presença de mercado — desde a validação de um prato regional no Festival Gastronômico da ACII até o atendimento de centenas de visitantes no Penápolis Rodeio Show. O sucesso, contudo, depende de aproveitamento estratégico: inscrição e participação quando cabível, adaptação de cardápios a preferências locais (inclusive com sucos e opções funcionais), e atenção às mudanças no contexto de pagamentos que podem influenciar margens em eventos de grande fluxo.
Fontes citadas na reportagem: divulgação do 5º Festival Gastronômico da ACII na programação da Fecoimp 2025 (Maranhão Hoje); anúncio do 1º Penápolis Rodeio Show e declarações da Prefeitura e do prefeito Caíque Rossi (Movimentocountry); orientações e receitas de sucos com apelo imunizante (Correio Braziliense); reportagens sobre proposta de decreto do governo federal para limitar taxas de VR e VA (Capitalist, O Trabalhador, Seu Crédito Digital).